segunda-feira, janeiro 22, 2007

Arquitectura móvel

Efémera. É esta a característica da sociedade e do dia-a-dia actual que, a meu ver, torna o conceito de habitação móvel tão importante de ser analisado e desenvolvido.
Com a globalização encurtaram-se distâncias e aumentaram-se ritmos, as pessoas não fazem a mesma coisa em termos profissionais durante toda a vida e a mudança constante de profissão pode trazer consigo a mudança constante de cidade e até de país.
É nesse contexto global de curtas distâncias de tempo e forte aumento de ritmos que se acaba por perder o conceito até hoje existente de “lar”, de “a minha casa”, “a minha terra”, “as minhas paisagens”. A habitação móvel é algo que poderá acompanhar as transformações de Mundo actual e, mais importante que isso, transformar ela própria o espaço urbano onde for inserida.
Como algo efémero em determinado local este tipo de habitação poder-se-á transformar no futuro, relativamente ao seu proprietário, o seu verdadeiro “lar”, o seu espaço privado e guardador de memórias que o acompanha pela itinerante vida de trabalho e relações pouco duradouras com as pessoas, climas e espaços das cidades por onde o próprio deambulará na sua vida profissional. A habitação móvel será assim o pedaço de vida e de memórias, o espaço com cunho pessoal que acompanhará na longa viagem da sua vida, sendo uma presença mais consoladora e confortável comparativamente a constantes mudanças, compras e vendas de casas sempre que se muda de local e cidade de trabalho.
Para quê guardar memórias vividas quando se muda de habitação se agora elas estão sempre presentes em todos os cantos da nossa casa que nos acompanha para todo o lado?...

9 Comments:

Blogger Azeitoninha said...

Eu acho que podemos mudar várias vezes de casa, de emprego, mas a nossa casa (a dos pais) é sempre a casa, pois transmite-nos amor e afectos! já para nem lembrar as imagens da infância!

Mas de facto caminhamos para uma arquitectura móvel não é assim Sr. Arquitecto?! Lol :)

9:55 da tarde  
Blogger lagarto said...

a casa dos pais é o lugar de crescimento, ñ de realização...o k dizes é verdade,essas memórias ñ se apagam...são casas k normalmente nos transmitem amor.
Mas uma vez por tua conta,na sociedade de mobilidade k temos hj trabalhar em vários países e empresas é uma realidade...e os teus sitios de refúgio ficam bem longe..as referências acabam por desaparecer...ir ver o mar a um determinado local onde foste toda a vida, ir passear na baixa e sentir os xeiros da tua terra...xegares ao teu lar de sempre,entrares no teu quarto de smp, e sentires a atmosfera, a alma própria da tua casa de smp...são coisas inatingiveis para kem se move constantemente...daí o facto de, se puderes levar ctg a tua casa, ela funcione como a tua maior referência numa nova cidade de locais e costumes desconhecidos...isto só pa falar dos aspectos românticos da coisa..lol!pk os práticos, como comprar e vender casa constatemente, mudanças e etc...para além do dinheiro investido...ui ui...ARQUITECTURA RULES!=p

10:29 da tarde  
Blogger Pandora said...

Elementar, meu caro Lagarto. Me movo constatemente e bem sei o contexto do "inatingível".

Euzinha aqui, bem queria ser uma "caramuja"... Peno em ter deixado o meu lar das antigas em paragens tupiniquins.

Ainda bem que ao menos minha casinha virtual - Caixa de Pandora -, posso ter em qualquer parte do Mundo, e faço votos de que vocês (os vizinhos), não se mudem jamais.

4:41 da manhã  
Blogger jomaolme said...

No geral, acabamos por usufruir muito pouco daquilo a que chamamos nosso espaço, nossa casa...pq na realidade pouco tempo passamos nela...

beijokas

7:15 da tarde  
Blogger Visconde said...

Ás palavras da jomaolme, acrescento a palavra infelizmente.

Grande abraço

9:07 da tarde  
Blogger poca said...

sim... tudo muda... as casa, as paisagens, as caras... a única coisa que se repete nas nossas memórias... somos nós... e ainda assim em mutação

1:19 da tarde  
Blogger lagarto said...

é algo que, tanto em termos emocionais como materiais traz vantagens...é por assim dizer a única certeza k se transporta para um novo mundo...

7:34 da tarde  
Blogger Principessa said...

até agora já mudei algumas vezes de casa, mas desde a primeira que não as considero "a minha casa". Talvez porque não passe muito tempo nelas ou simplesmente porque ando literalmente com a "casa a trás" para todo o lado...

9:25 da manhã  
Blogger lagarto said...

não principessa,tu ñ andas com a casa atrás para todo o lado. Aquilo k tu andas é a mudar móveis,roupas e utensilios de um lugar para outro e,o mais incrivel é que, se calhar, dessas coisas todas da tua actual casa nenhuma resta da primeira onde viveste...a casa,as referências de que falo ñ são essas coisas que mudaste de um lado para outro,mas sim as pessoas que viviam perto de ti, as memórias que tens desse local e as paisagens de referência...e não nos esqueçamos que mudaste mtas vezes de casa mas smp dentro da mesma vila! onde ainda encontras as pessoas de sempre e onde os lugares de sempre estão alcançáveis...a tua situação é mto comum,mas precisamente o antónimo do k fala o meu texto...por mais que mudes de casa, mudas smp na mesma vila...tens o teu "lar", as tuas referências sempre presentes, podes ir tomar café ao portinho ou ir comer uma fartura ao cabo Espichel, são essas coisas que fazem o lar, a referência, não as paredes das casas por onde passaste. Imagina-te agr na tua primeira casa, akela k consideraste como "tua casa", e k em vez de mudares mtas vezes de casa na mesma vila mudavas essas tantas vezes de cidade ou de país mas smp com a certeza k essa casa era transportável para todo e kk lugar...perdias as referências das pessoas k conheces na tua terra e dos lugares simbólicos que recorrentemente são falados para alguma coisa...perdida numa nova cidade ou país, com novas cultura,gentes,clima e lugares a tua única e forte referência seria precisamente o lugar que tu melhor conhecerias...a tua casa de sempre k te acompanhara desde sempre para todo o lado...é disso que se trata, não o facto de ser abrigo onde irás dormir, mas sim do "teu lar" onde ker k seja, até na mais hostil das cidades. *

3:20 da tarde  

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