O Mundo é pequeno e disso já pouco duvido.
Comparado com o Universo este Mundo nem existe e, perdoem-me o negativismo, se calhar este Mundo não deveria existir de todo.
Neste Mundo deveras pequeno vemos ser pequena demais a Savana, para que o gigante Elefante se pudesse não cruzar com o mesquinho Homem e com isso preservar, até que a morte os separe, as suas duas presas de marfim com a mínima dignidade.
Nesta pequena esfera amolgada de origem nos pólos sonho eu um dia viver sem ter de contar, jurando às crianças, que não foi o Homem o responsável por esse “defeito” polar de origem.
Não acredito nas melhoras.
Não acredito nas melhoras porque neste Mundo pequeno observo desde criança às portas de casa que até as minúsculas Formigas, com tão pequeno Mundo a percorrer, trilham o rasto umas das outras e embatem de frente entre si, como se até para elas este sitio não chegasse.
O triste deste Mundo é que será destruído por aquilo que o criou…a célebre atracção dos corpos…a infinitamente dadora de prazeres e de mágoas, a senhora poderosa colisão de matéria.
O Mundo está cheio de amor. Não digo de ódio, porque o ódio é apenas e somente o amor levado ao extremo por uma matéria que tem de colidir de qualquer maneira, mesmo a mal, com a outra. O amor, que a matéria da alma de certos povos tiveram pela matéria da terra, pedra, pó… e que os levaram a colidir em guerra por causa desse estranho amor odioso a quem já nessa terra assentava os pés.
O Mundo, no fundo, é como um grande abraço… demasiado forte e, um ou os dois, acabam por sair sufocados.