Responde ao meu pensamento
Diz-me, mesmo com respostas mudas…
Não me abandones neste momento
Com o hipnotismo que usas
Responde-me, nem que seja uma vez
Conta-me aquilo que te seduz
Aponta-me como foi que se desfez
Aquele sorriso que transborda luz
Responde-me e diz que acreditas
Que não nos imagino sozinho
Que superaremos coisas malditas
E encontraremos o nosso caminho

(Nunca fiz isto na vida mas hoje tenho de me insurgir e indignar! Tenho de comentar um pouco esta "coisada" que ontem escrevi. Isto tudo porque normalmente escrevo tudo de seguida, sem grandes quebras e pausas para pensar e encontrar esta ou aquela palavra certa que rime com a de cima e et-cetera e tal...mas decobri uma coisa que me deixou um pouco triste com a nossa lingua mãe. Já sabia que o Rock cantado em português não fica lá grande coisa...cantar "amor" em vez de "love" não é a mesma coisa...assim como nada assenta melhor no fado que a palavra saudade...isto tudo porquê? Bem...no poema (não considero isto poesia mas pronto...poeta era o Bocage!) aqui de cima onde se lê "Diz-me, mesmo com respostas mudas...", era suposto ser "Diz-me, mesmo com o teu silêncio...". Era esse o rumo que a coisa estava a levar...falar sobre o silêncio e todas as respostas que o silêncio nos pode dar...toda a angústia que um silêncio por parte de quem amamos nos pode trazer...enfim...o silêncio é um tema bonito e impecável para ser tratado em poesia...acontece que...para se fazer uma rima com a palavra silêncio é preciso ser-se uma mulher a escrever e cujo amado se chame Vicêncio!!!! Caramba! O SILÊNCIO É IMPECÁVEL PARA SER TRATADO EM POESIA! MAS FODA-SE! PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA TIVE MEIA HORA DE VOLTA DE UMA MERDANGA DE NADA PARA NO FIM TER DE MUDAR O SENTIDO DA COISA PORQUE A NOSSA LINGUA MÃE NÃO TEM UMA PALAVRA DECENTE QUE EMPARELHE COM "SILÊNCIO"!)