sexta-feira, maio 19, 2006

A BELA E O MONSTRO

Alguma vez folhearam um livro de arquitectura? Façam-no, é um prazer saber que há lugares que podemos percorrer e que parecem telas pintadas por grandes mestres. Fiz recentemente um trabalho acerca das piscinas munícipais de Campo Maior, da autoria do Arq. Carrilho da Graça. É uma obra lindíssima sobre o ponto de vista conceptual e espacial mas como é óbvio não posso estar aqui a falar de tudo o que depreendi acerca da obra, seria muito extenso.
Uma pequena ideia a ter em conta é que o conceito para as piscinas passa por emoldurar a vila de Campo Maior e a paisagem muito horizontal do Alentejo...












Bela, não é? Reparem como os elementos brancos emolduram a paisagem longinqua...

Apresento-vos agora o Monstro, aquele que conheci...









Reparem como o que poderia ser um quadro lindo de paisagem com duas ou três casinhas brancas alentejanas se transforma nestes dias de trabalhos numa janela normalíssima onde a moldura é dada pelo balde da esfregona e o pano de limpar...e esperem! Reparem no pormenor delicioso na foto de baixo! Vêm? Um acrílico posto por não sei quem com umas letras pintas com trincha a dizer "restaurante ibérico"!
É a loucura meus senhores, a loucura...não há respeito por quem cria! Já alguém viu a Mona Lisa ou a Capela Sistina nestes propósitos? Então porque é que o Arquitecto tem de levar com estes salpicos na sua tela?

Conclusão? Visitem muitos lugares arquitectónicos como este, mas quando toca a fotografias, vão buscá-las aos livros!

5 Comments:

Blogger Principessa said...

lol as pessoas têm que limpar a casa (neste caso, as piscinas)! =)

5:21 da tarde  
Blogger Visconde said...

Belo post, não percebo muito de arquitectura, mas realmente uma coisa nada tem a ver com a outra, sem dúvida a bela e o monstro.
Grande abraço

6:48 da tarde  
Blogger jomaolme said...

Bem...n sou nenhuma entendida no assunto por isso prefiro abster-me...
Mas mt interessante o tema...

5:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Great site loved it alot, will come back and visit again.
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6:42 da manhã  
Blogger siniux said...

a questão acaba por não ser assim tão simples.
aquilo que o arquitecto cria, é algo que nunca é completamente seu, como um quadro. é algo feito por ele para uma comunidade muito maior, sendo uma criação que interfere com o pre-construindo, interligando-o entre si.
é um pedaço de cidade, um pedaço de mundo, algo que mexe com a pessoa que não o quer ver, mas vê.
dessa forma, a criação arquitectónica irá sempre ser alvo de um certo sentimento de posse por toda a gente que a habita e rodeia, interagindo com estes.

10:06 da manhã  

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